O machismo de muitos homens e as críticas por parte dos grupos de forcados masculinos são dois adversários difíceis para o Grupo de Forcados Femininos de Benavente, o primeiro composto por mulheres em todo o país.
"Nem todos reconhecem o nosso trabalho", refere Susana Frieza, 16 anos, cabo do grupo e impulsionadora do projecto que nasceu há cerca de três anos em Benavente. As principais críticas, dizem, têm surgido por parte do sexo masculino: "Os homens dizem que o nosso lugar é em casa, a lavar a loiça e a coser meias". "Os homens dizem que não é para nós, mas não ligamos", afiança Sara Rodrigues, 24 anos, outro elemento do grupo. Trajada a rigor, Susana Frieza prefere valorizar os "muitos aplausos" do público. Já "os comentários maus dão-nos força para continuar", acrescenta.
João Lima, presidente da direcção do Grupo de Forcados, que integra o sector feminino e o masculino, refere que "há uma altura em que os homens perguntam o que elas estão ali a fazer, mas depois as coisas começam a correr bem". "Para mim, as mulheres têm tanto direito como têm os homens e enquanto cá estiver vou fazer o possível para que se mantenham", assegura o dirigente, entusiasmado com o projecto.
O presidente da direcção explica que as temporadas têm corrido dentro da normalidade e "já há quem peça especificamente a participação do grupo feminino, que está sempre disposto a actuar". Nélia Pereira, 27 anos, outro dos elementos, garante que a ideia é "para continuar". Até porque "temos bastante orgulho em ser o único grupo feminino no país e no mundo e só queremos continuar a dar mais e mais". O grupo tem agora como objectivo participar fora do país. "Queremos continuar a mostrar aquilo que sabemos fazer", conclui Susana Frieza.
Texto in DN online, 26-6-2011
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